quarta-feira, outubro 10, 2018

EICEL1920 apresentou Proposta para a Salvaguarda da Zona Antiga de Rio Maior. Pedida a suspensão das obras de modificação da Praça do Comércio e a revisão do projecto.


Figura 1. A Praça do Comércio e a zona envolvente na década de noventa. Reprodução de bilhete-postal ilustrado.
  
A zona antiga de Rio Maior é um repositório dos projectos de vida de gerações de riomaiorenses. Nela se acumula o que de melhor nos legaram os nossos antepassados, em obras, aspirações culturais e saberes técnicos. Permitir a sua destruição é apagar a memória dos homens e mulheres que construíram com o seu trabalho a cidade que hoje somos.

O valor patrimonial deste conjunto urbano é reconhecido por todos os instrumentos de ordenamento do território e planos de reabilitação urbana em vigor, aprovados pela Câmara Municipal de Rio Maior. O Plano Director Municipal, o Programa Estratégico de Reabilitação Urbana - ARU1 e o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) preconizam medidas adequadas para a salvaguarda do património histórico e urbano da zona antiga de Rio Maior, que não foram até esta data implementadas.

No entanto, têm surgido, de forma preocupante, desde há alguns anos, obras de iniciativa pública e privada que contrariam as recomendações e os princípios técnicos aprovados nos referidos planos. Seguindo o exemplo do edifício da Loja do Cidadão, construído em 2012, surgiram recentemente em construção na zona antiga de Rio Maior novos edifícios que apresentam volumetrias descontextualizadas da envolvente, em particular um prédio de três pisos em construção no Largo D. Maria II, sobre uma das antigas Estações da Via-Sacra, património religioso de excepcional importância na cidade.

É neste contexto que surge o projecto de requalificação da Praça do Comércio, apresentado no passado dia 13 de Setembro, e que introduz, em contra-ciclo com os referidos planos, novos elementos dissonantes num espaço público com uma imagem urbana histórica e consolidada.

A ausência de implementação das medidas preconizadas nos instrumentos de ordenamento do território e nos planos de reabilitação urbana em vigor, levará a uma inexorável perda de património insubstituível e a uma descaracterização irreversível da identidade urbana da cidade. É imprescindível uma regulamentação detalhada que concretize o “Manual para Boas Práticas de Reabilitação Urbana” previsto no Programa Estratégico de Reabilitação Urbana - ARU1, estabelecendo os critérios de salvaguarda e gestão dos imóveis e dos espaços públicos localizados na zona antiga de Rio Maior, cuja elaboração é também defendida pelo Plano de Acção de Regeneração Urbana.

Considerando estar em causa a salvaguarda do património histórico e urbano da nossa cidade, a Direcção da EICEL1920 deliberou, em reunião realizada no passado dia 27 de Setembro apresentar à Câmara Municipal de Rio Maior uma "Proposta para a Salvaguarda da Zona Antiga de Rio Maior", que disponibilizamos para consulta através da seguinte ligação: 



Assim, tendo por base este parecer técnico, e cumprindo o dever de colaboração entre a administração pública e as estruturas associativas de defesa do património cultural previsto no ponto número 5 do Artigo 10.o da Lei n.o 107/2001, de 8 de Setembro (Lei de Bases do Património Cultural), a Direcção da EICEL1920 propôs à Câmara Municipal de Rio Maior a elaboração de um Plano de Salvaguarda e Gestão da Zona Antiga de Rio Maior, complementar ao Programa Estratégico da ARU1 e ao PEDU, tendo em vista a gestão adequada das possíveis transformações desta área urbana, de modo a assegurar a protecção do valor cultural da nossa cidade e a sua transmissão sustentável aos riomaiorenses do futuro.



Com este objectivo recomendámos a implementação das seguintes medidas:

1 – Suspensão das obras de modificação da Praça do Comércio, em Rio Maior, e revisão do projecto, eliminando da proposta o palco composto por escadaria e cobertura fixa descontextualizadas, e recuperando a morfologia arquitectónica histórica deste espaço público de referência;

2 – Clarificação do ponto 2.1 do Artigo 27.o do PDM, limitando o aumento de cérceas nos novos edifícios a construir, até ao alinhamento com a cércea mais alta dos edifícios confinantes; 

3 – Implementação do Artigo 58.o do Plano Director Municipal de Rio Maior dando início aos procedimentos de classificação de conjuntos de interesse histórico e arquitectónico na zona antiga de Rio Maior como património de interesse municipal, tendo por base o inventário e classificação propostos no ponto seguinte;

4 – Implementação de um conjunto de medidas em parte previstas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, de modo a definir “um conjunto de regras de intervenção no edificado, que sirva de guião ao desenvolvimento dos projectos”, nomeadamente:

4.1 - Inventariação e classificação dos edifícios e conjuntos com valor cultural a preservar, nomeadamente todos os imóveis identificados no Programa Estratégico de Reabilitação Urbana - ARU1, como edifícios notáveis e edifícios de acompanhamento, bem como os imóveis localizados na ARU2 que se inserem no perímetro oitocentista da antiga vila e cumprem os mesmos critérios;

4.2 – Definição de critérios e metodologias de intervenção adequadas ao valor histórico e patrimonial de cada um dos edifícios classificados, tendo por base os documentos e normas internacionais de salvaguarda do património cultural, com a criação, no ideal, de um plano de conservação individual para cada imóvel;

4.3 – Definição de condicionantes para as novas construções a licenciar na área de intervenção, nomeadamente regulamentação específica sobre cérceas, volumetria e morfologia das construções;

4.4 – Inventariação de áreas de enquadramento urbano a preservar, nomeadamente restrições ao bloqueio de corredores visuais, à alteração da morfologia dos espaços públicos, e dos elementos arquitectónicos caracterizadores do mesmos espaços públicos, nomeadamente, entre outros, os muros de suporte de terras e as escadarias referidas no presente documento;



A Direcção da EICEL1920 apresentou à Câmara Municipal de Rio Maior a sua inteira disponibilidade para colaborar na elaboração do Plano de Salvaguarda e na implementação das iniciativas propostas


Figura 2. Largo D. Maria II, Rio Maior, antes e depois. A Estação da Via-Sacra datada de 1760 e o novo prédio de três pisos em construção.

 
A Direcção da EICEL1920,

9 de Outubro de 2018

quarta-feira, novembro 08, 2017

Obras para o futuro museu mineiro. EICEL1920 realizou a VIII Acção Voluntária de Conservação do Património.

Figura 1 - Antiga Secção de Trituração da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal.

A EICEL1920, Associação para a Defesa do Património, realizou, entre os meses de Abril e Outubro de 2017, um conjunto de obras para a reabilitação da antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, onde, na sequência de contrato de comodato celebrado com a Câmara Municipal de Rio Maior, será instalado o futuro museu mineiro.

Figura 2 - Antes e Depois.
Os trabalhos executados foram programados em três fases, no âmbito da VIII Acção Voluntária de Conservação do Património Mineiro, e tiveram início em Abril, com a desmatação geral de toda a área envolvente ao edifício a recuperar. Seguiu-se, em Maio, a demolição de duas estruturas construídas na década de noventa, aquando da utilização do espaço como estaleiro municipal, e a limpeza do piso térreo do edifício. Por último, nos meses de Setembro e Outubro, procedeu-se à remoção de várias toneladas de terra depositadas no local, entre 2011 e 2013, pelos serviços municipais.

A EICEL1920 contou, para a execução deste significativo volume de trabalho, com a importante colaboração da Junta de Freguesia de Rio Maior, que disponibilizou para o efeito uma máquina rectro-escavadora e os serviços do respectivo operador, bem como de outros funcionários no corte de vegetação e limpeza. A EICEL1920 contou ainda com a colaboração voluntária de vários associados, com destaque para o trabalho incansável de João Verde da Costa e Marcelino Machado.

Figura 3 - Antes e Depois.
Seguindo a prática das intervenções anteriores, os trabalhos de demolição de estruturas que não pertencem ao conjunto edificado original foram acompanhados pelo Presidente da Direcção, arquitecto Nuno Rocha, procedendo-se a um registo pormenorizado, para memória futura, com recurso a peças desenhadas e a um levantamento fotográfico. Os resíduos resultantes da demolição foram sujeitos a uma prévia separação para posterior encaminhamento para local adequado pela Câmara Municipal de Rio Maior. 

Como testemunham as imagens, é já significativa a transformação do espaço. A EICEL1920 dará seguimento, ao longo do ano de 2018, a um programa de intervenções faseadas tendentes à recuperação e musealização do edifício.



A Direcção da EICEL1920,
6 de Novembro de 2017.
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domingo, fevereiro 12, 2017

Voto de Pesar pelo falecimento do Professor António Machado Feliciano Júnior.

António Machado Feliciano Júnior (1924-2017). Fotografia gentilemente cedida pelo jornal Região de Rio Maior.


A Direcção da EICEL1920, aprovou um Voto de Pesar pelo falecimento do Professor António Machado Feliciano Júnior, Associado Honorário desta colectividade, e apresenta à família enlutada as mais sinceras condolências. Transcreve-se abaixo o conteúdo do documento, proposto pelo Presidente da Direcção e aprovado por unanimidade:


António Machado Feliciano Júnior (1924-2017)
Em memória de um cidadão exemplar


No dia 23 de Fevereiro de 1924, a dois anos do final da primeira República Portuguesa, nascia, numa pequena e rural vila de Rio Maior, António Machado Feliciano Júnior, baptizado com o mesmo nome de seu pai e de seu avô, alfaiates de profissão.

Em nove décadas de vida intensamente vivida, este homem de invulgares qualidades humanas e cívicas acompanhou o período histórico de maior evolução social do nosso concelho, do qual foi protagonista, ajudando a transformar o meio cultural riomaiorense no exercício das mais diversas actividades.

Iniciou a sua vida profissional seguindo, enquanto jovem, a arte de seu pai, com alfaiataria aberta ao público na Rua David Manuel da Fonseca. Foi também projectista de construção civil, com edifícios construídos na vila, mas foi, sobretudo, Professor de várias gerações de riomaiorenses na antiga Escola Comercial de Rio Maior, no antigo Colégio Luís de Camões, ou na Escola Secundária Augusto César da Silva Ferreira, onde foi criado um museu de mecanografia com o seu nome.

Jornalista de mérito, com carteira profissional, teve um papel de destaque no desenvolvimento da imprensa regional, desde a década de quarenta, colaborando em títulos como O Riomaiorense (1949-1964) e Jornal do Oeste (1964-1974), dirigidos por Armando Pulquério, e ajudando a fundar, em 1988, o jornal Região de Rio Maior, título de mais prolongada e ininterrupta tiragem local, do qual foi Director desde o número 47, de 25 de Agosto de 1989, até aos seus últimos dias. Manteve, com assinalável regularidade, nas páginas deste semanário, uma coluna dedicada à Cultura e ao Coleccionismo, e foi também aqui que o seu olhar atento sobre a realidade riomaiorense encontrou um eco na secção “Bilhete-postal”, publicada entre 1988 e 2015 - um bilhete-postal sempre dedicado aos pequenos e grandes problemas da sua, nossa, “cidade amiga”: Rio Maior.

Homem de variados talentos dedicou o melhor de si, de forma genuína e desinteressada, ao desenvolvimento cultural da comunidade, cultivando como autodidacta diferentes formas de expressão artística, com destaque para o teatro, o cinema, a música e a fotografia.

Foi um dos fundadores do Grupo Cénico Zé P´reira (1941), apurando o gosto pela actuação teatral em peças apresentadas com grande sucesso no antigo Teatro Riomaiorense, das quais se salientou a opereta “E o Sonho foi Realidade...” (1945), composta pelo Maestro Alves Coelho (filho) com a colaboração de Joaquim Dâmaso Dias e Alexandre Laureano Santos.

Acompanhou Fernando Duarte na fundação do Cineclube de Rio Maior (1952), que viria a ter actividade de destaque a nível nacional, participando como actor e assistente de realização nos filmes “As Pupilas do Sr. Prior” e “Sal sem Mar”, e realizando, no mesmo período, diversos jornais de actualidades, entre os quais “A Festa de Santa Bárbara nas Minas da E.I.C.E.”.

Foi um dos fundadores, com João Afonso Calado da Maia e Ernesto Alves, entre outros, do Círculo Cultural de Rio Maior (1956), cultivando o gosto pela música enquanto membro do respectivo Grupo Coral e Orquestra Folclórica. Dirigido pelo Maestro António Gavino e composto por um efectivo de cem elementos, o grupo coral, popularmente conhecido como Chia-a-nora, representaria Rio Maior em palcos de todo o país, até se extinguir em 1960. António Feliciano integrou mais tarde o Coral e Orquestra Típica de Rio Maior, fundado em 1978, cujo repertório seria gravado em disco e que se manteve em actividade até ao ano de 2011.

Fotógrafo amador de mérito artístico, expôs e foi premiado em Salões nacionais e internacionais de fotografia. Participou na organização e foi membro do júri de Salões realizados em Rio Maior, Cartaxo, Óbidos, Azambuja e Vila da Marmeleira. Transmitiu aos seus alunos o gosto pela fotografia e registou, num espólio valioso, diferentes aspectos da evolução urbana da cidade de Rio Maior desde a década de sessenta.

Foi um dos grandes dinamizadores nacionais do Coleccionismo, criando o Encontro Nacional de Coleccionadores de Rio Maior, que organizou até à 29.a edição, em 2016, e que hoje ostenta o seu nome. O gosto pelo coleccionismo foi também partilhado com os riomaiorenses em inúmeras exposições temáticas de postais ilustrados realizadas na Biblioteca Municipal.

Homem de fé, dedicado à resolução dos problemas sociais da comunidade, foi um dos fundadores da Conferência de S. Vicente de Paulo de Rio Maior (1952), que teria uma acção de relevo no alojamento de famílias carenciadas com a construção do Bairro do Padre Américo. Foi membro da Comissão para a Construção da Igreja Nova, Mesário da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior e Sócio de Mérito da Associação dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior.

Sem o apoio do Professor António Machado Feliciano Júnior, o património mineiro de Rio Maior como hoje o conhecemos possivelmente já não existiria. Colaborou com o processo de estudo e salvaguarda desde o ano de 2005, disponibilizando, com a sua habitual generosidade, um importante espólio de fotografia e filme. Foi com o seu apoio activo e empenhado que, em Novembro de 2006, se tornou possível a criação da Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior, que veio a sensibilizar a Câmara Municipal de Rio Maior para a importância de preservar a antiga fábrica de briquetes da Mina do Espadanal.

Posteriormente, em 2010, o Professor seria um dos sócios fundadores da EICEL1920, Associação para a Defesa do Património, que o homenageou, em sessão pública realizada a 25 de Setembro de 2015, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, com a atribuição do título de Associado Honorário.

Nestes breves traços não cabe a dimensão do contributo cívico e humano de António Feliciano, que marcou várias gerações de riomaiorenses, mas apenas um testemunho de homenagem e agradecimento.

O exemplo humanista de António Machado Feliciano Júnior perdurará na memória de todos os que tiveram a felicidade de ser seus contemporâneos, de com ele aprender e partilhar uma dedicação comum por Rio Maior. À comunidade cabe o desafio de honrar o trabalho do Professor, continuando o seu esforço altruísta de muitas décadas na valorização cultural do nosso concelho.


A Direcção da EICEL1920,
12 de Fevereiro de 2017


domingo, janeiro 15, 2017

EICEL1920 realizou a VII Acção Voluntária de Conservação do Património Mineiro.


Figura 1 - Demolição de estruturas inacabadas na envolvente do complexo mineiro do Espadanal com a colaboração da Junta de Freguesia de Rio Maior. Registo fotográfico por Nuno Rocha, 16 de Dezembro de 2016.


A EICEL1920, Associação para a Defesa do Património, realizou, entre os dias 16 e 19 de Dezembro de 2016, a VII Acção Voluntária de Conservação do Património Mineiro, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Rio Maior e a colaboração de associados voluntários.
 

Os trabalhos executados consistiram na demolição de estruturas inacabadas do antigo estaleiro municipal existentes na envolvente do complexo mineiro, junto ao Centro Escolar número 2. A Junta de Freguesia de Rio Maior disponibilizou para o efeito uma máquina rectro-escavadora e os serviços do respectivo operador.
Antes e Depois.
 
Realizou-se um registo pormenorizado da estrutura a demolir, para memória futura, com recurso a peças desenhadas e a um levantamento fotográfico. Foi feita a separação dos resíduos da demolição, cujo encaminhamento para local adequado será assegurado pela Câmara Municipal de Rio Maior.

A concretização destes trabalhos veio beneficiar a envolvente do Centro Escolar número 2 e a visibilidade do antigo complexo mineiro desde o arruamento que lhe dá acesso.

Com esta edição, concluiu-se um ciclo de sete acções voluntárias de conservação, realizadas entre 2013 e 2016 tendo como objectivo a limpeza e desmatação geral de todo o complexo, bem como a demolição de estruturas edificadas após o encerramento da mina que descaracterizavam o conjunto arquitectónico original.

As próximas iniciativas terão lugar sob o enquadramento de um protocolo de colaboração e de um contrato de comodato a celebrar entre o Município de Rio Maior e a EICEL1920.




A Direcção da EICEL1920,
15 de Janeiro de 2017.

sábado, outubro 08, 2016

Acordo entre a EICEL1920 e a Câmara Municipal de Rio Maior

I Encontro com o Património Mineiro. 23 de Setembro de 2016

No ano do Centenário da Mina do Espadanal (1916-2016), a Direcção da EICEL1920, em cumprimento do Programa de Acção para o quadriénio 2015-2018, tem vindo a implementar um programa de Comemorações, apresentado ao público no dia 6 de Dezembro de 2015, que mereceu um notável interesse da comunidade riomaiorense.
As Comemorações do Centenário contam, desde a primeira hora, com o apoio da Câmara Municipal de Rio Maior.  Destacamos o apoio concedido ao Encontro das Comunidades Mineiras de Portugal, realizado no passado dia 23 de Julho, com um honroso convite formulado pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal, Carlos Frazão, para apresentação da exposição “História do Couto Mineiro do Espadanal” na Galeria do edifício dos Paços do Concelho e a abertura do antigo complexo mineiro do Espadanal para uma visita guiada com os participantes do evento. A convite da Direcção da EICEL1920, a Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, integrou a Mesa de Honra do Encontro.
Na sequência dos bons resultados obtidos, a Direcção da EICEL1920 mandatou o Coordenador das Comemorações do Centenário, Jorge Mangorrinha, para apresentar à Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior três propostas tendo em vista o aprofundamento da cooperação entre as duas entidades:
1 – Realização, na Galeria do edifício dos Paços do Concelho, da primeira edição dos Encontros com o Património Mineiro, integrada nas Jornadas Europeias do Património 2016, incluindo uma conversa com antigos mineiros do Espadanal.
2 – Estabelecimento de um contrato de comodato para instalação de um Centro de Interpretação do Património Geológico e Mineiro num dos edifícios da antiga fábrica de briquetes da Mina do Espadanal.
3 – Atribuição do nome do antigo director-técnico da Mina do Espadanal, Eng. Luís Falcão Mena, à rua sem nome que, partindo da Avenida Dr. Mário Soares dá acesso à unidade comercial Pingo Doce e ao Ginásio Boa Forma.
Estas propostas da EICEL1920 mereceram o melhor acolhimento por parte da Câmara Municipal de Rio Maior, num processo negocial levado a cabo com empenho pessoal e assinalável sucesso pelo Coordenador das Comemorações do Centenário, Jorge Mangorrinha, e pela Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais.
No passado dia 23 de Setembro, durante a realização do I Encontro com o Património Mineiro, a Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, na qualidade de co-anfitriã do evento que contou com a importante participação de antigos mineiros do Espadanal e significativa adesão dos riomaiorenses, anunciou publicamente o acordo existente para a implementação das propostas referidas e para a futura cooperação entre as duas entidades nas intervenções a realizar no complexo mineiro.
A Direcção da EICEL1920 aprovou, por unanimidade, em reunião realizada no passado dia 29 de Setembro, a minuta de contrato de comodato, a assinar brevemente, e congratula-se com o acordo obtido, agradecendo publicamente à Câmara Municipal de Rio Maior, nas pessoas da Presidente, Vice-Presidente e todos os vereadores eleitos, o voto de confiança depositado nesta associação.
O presente acordo, obtido no ano em que se comemora o Centenário da Mina do Espadanal, deve-se ao esforço inexcedível de todos os riomaiorenses que, sem excepção, vêm dedicando o melhor de si, ao longo de muitos anos, à causa do património mineiro do concelho de Rio Maior.

A Direcção da EICEL1920.
5 de Outubro de 2016.

segunda-feira, maio 23, 2016

EICEL1920 organiza um Encontro das Comunidades Mineiras no próximo dia 23 de Julho de 2016. Estão abertas as inscrições.



No dia 21 de Julho de 2016 comemoram-se os cem anos do registo da Mina do Espadanal por António Custódio dos Santos. Considerando a importância deste evento na criação do universo técnico, socioeconómico e cultural cuja história e património é objecto de estudo fundamental da nossa associação, foi aprovada, pela Assembleia-Geral da EICEL1920, a organização das Comemorações do Centenário da Mina do Espadanal (1916-2016).

O programa das Comemorações, apresentado em sessão pública realizada no dia 6 de Dezembro de 2015, conta com o apoio da Câmara Municipal de Rio Maior, da Direcção Geral de Energia e Geologia, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e da Junta de Freguesia de Rio Maior.

Destaca-se, como evento central, o Encontro das Comunidades Mineiras, que terá lugar no próximo dia 23 de Julho (sábado), com o seguinte programa:

10h00 - Sessão de Abertura
             Auditório da Escola Superior de Desporto de Rio Maior

10h30 - Visita à antiga fábrica de briquetes da Mina do Espadanal

12h30 - Almoço Convívio
             Escola Superior de Desporto de Rio Maior

14h30 - Painel Científico: "O Futuro do Património Mineiro"
             Auditório da Escola Superior de Desporto de Rio Maior
            Moderador: Jorge Mangorrinha, Coordenador das Comemorações e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da EICEL1920

14h40 - "Recuperação e musealização do património mineiro"
             José Cordeiro, Universidade do Minho, Presidente da Associação Portuguesa para o Património Industrial

15h00 - “Actividade mineira, investigação e educação em Ciências da Terra: o exemplo do Couto Mineiro do Cabo Mondego”
                Pedro Callapez, Universidade de Coimbra

15h20 - Intervalo para café

15h40 - "O Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal - Um Contributo para o Conhecimento e Valorização do Património Mineiro e Geológico"
             Bernardo Lemos, Coordenador do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal

16h00 - "Museu Mineiro de S. Pedro da Cova. 500 milhões de anos de história"
              Micaela Santos, Museu Mineiro de S. Pedro da Cova

16h20 - Conclusões do Painel Científico

17h00 - Encerramento com um Momento Musical pelo Coro da Associação Cultural do Concelho de Rio Maior

17h30 - Visita à exposição “História do Couto Mineiro do Espadanal”
             Galeria Municipal de Rio Maior

A Direcção da EICEL1920 tem o grato prazer de convidar todos os riomaiorenses e interessados pelo património mineiro, a participarem neste Encontro, que reunirá em confraternização a antiga comunidade mineira de Rio Maior e antigos mineiros de todo o país.
Devido ao número limitado de lugares disponíveis, é necessária inscrição prévia para o Almoço Convívio integrado no programa do evento. A inscrição para almoço tem um custo de 12,5 euros por pessoa e pode ser realizada até ao dia 14 de Julho de 2016, por duas vias:
- Presencialmente, na sede da Junta de Freguesia de Rio Maior.
- Mediante transferência bancária para o NIB: 0045 5442 40267275759 18 e envio de comprovativo para o email: eicel1920@gmail.com
Para mais informações, estão disponíveis os seguintes números de telefone: 963644345/ 243997479.
As Comemorações têm como órgão oficial o jornal O Riomaiorense, que pode ser consultado no seguinte endereço: http://www.oriomaiorense.com

A Direcção da EICEL1920.
23 de Maio de 2016.

sexta-feira, maio 06, 2016

EICEL1920 realizou a VI Acção Voluntária de Conservação do Património Mineiro.

Figura 1. Trabalhos de desobstrução do plano inclinado de extracção da Mina do Espadanal. Registo fotográfico por João Bogalho, 30 de Abril de 2016.


Entre os dias 18 de Março e 30 de Abril, a EICEL1920, Associação para a Defesa do Património, realizou a VI Acção Voluntária de Conservação do Património Mineiro, com o apoio da Junta de Freguesia de Rio Maior e de associados voluntários.

Figura 2. Antes e depois.
Os trabalhos realizados, sob autorização da Câmara Municipal, destinaram-se a preparar a antiga fábrica de briquetes e o plano inclinado de extracção da Mina do Espadanal para uma visita pública a realizar no próximo dia 23 de Julho. Esta visita realizar-se-á no âmbito do programa do Encontro das Comunidades Mineiras, integrado nas Comemorações do Centenário da Mina do Espadanal, organizadas pela EICEL1920.

Dando continuidade ao trabalho realizado nas anteriores edições, a VI Acção de Conservação do Património Mineiro centrou-se no corte de vegetação e na remoção de depósitos de inertes e de resíduos.  Concluiu-se a desobstrução do plano inclinado de extracção, que, em complemento da desmatação realizada, permite assegurar a acessibilidade para visitas ao local. Procedeu-se, ainda, a um corte de silvas em toda a envolvente do complexo mineiro e a uma limpeza de espaços interiores na antiga secção de ensilagem da fábrica.

Foi feita a separação dos resíduos recolhidos durante os trabalhos de limpeza e o respectivo encaminhamento para reciclagem.

A Direcção da EICEL1920 destaca a excelente colaboração da Junta de Freguesia de Rio Maior, mediante a disponibilização de máquinas de corte de silvas e de uma máquina rectro-escavadora, bem como dos serviços dos respectivos operadores.

Os riomaiorenses terão oportunidade, no próximo dia 23 de Julho, de avaliar a extensão do trabalho realizado, entre 2013 e 2016, nas seis edições das Acções Voluntárias de Conservação do Património Mineiro. Um trabalho que terá continuidade no futuro, com a regularidade possível, limitada aos recursos da nossa associação.

Figura 3. Plano inclinado de extracção da Mina do Espadanal, após desmatação e remoção de inertes. Registo fotográfico por João Verde da Costa, 30 de Abril de 2016.

A Direcção da EICEL1920.
6 de Maio de 2016.

domingo, outubro 11, 2015

EICEL1920 inaugurou a exposição de fotografia MINEIROS DE RIO MAIOR


Figura 1. Aspecto exterior da sede da EICEL1920. Fotografia por João Verde da Costa, 25 de Setembro de 2015.


A EICEL1920, Associação para a Defesa do Património, inaugurou, no passado dia 25 de Setembro, a exposição de fotografia “Mineiros de Rio Maior, integrada no programa nacional das Jornadas Europeias do Património 2015, que este ano tiveram como tema o “Património Industrial e Técnico”.

A exposição apresentada ao público é o resultado das reportagens fotográficas realizadas durante o ano de 2014, pelo fotógrafo Fernando Penim Redondo, no âmbito de registo da história oral da antiga Comunidade Mineira de Rio Maior, coordenado pelo Presidente da Direcção, arquitecto Nuno Rocha, que a EICEL1920 tem vindo a desenvolver com os membros da Comissão de antigos funcionários da EICEL, constituída no seio desta associação.

A inauguração contou com a presença do fotógrafo Fernando Penim Redondo, da Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Rio Maior, Dra. Ana Figueiredo, também ela neta de um antigo funcionário da EICEL, e da Presidente da Fundação António Quadros, Dra. Mafalda Ferro. Em representação dos órgãos directivos da EICEL1920, na ausência do Presidente da Direcção, por motivos profissionais, estiveram presentes António Moreira, João Bogalho, Manuela Fialho, José Neves, João Verde da Costa, Marcelino Machado e Paulo Santos. A sessão contou com a participação de cerca de meia centena de riomaiorenses, antigos mineiros e familiares.

O Vice-Presidente da Direcção da EICEL1920, António Moreira, agradeceu a presença de todos, referindo-se em especial aos mineiros presentes, e focou as três razões que permitiram a realização desta exposição: a existência do património mineiro em Rio Maior, a vontade e perseverança do Presidente da EICEL1920, Arq. Nuno Rocha, que não podia estar presente por se encontrar em Macau, e a competência e colaboração de Fernando Penim Redondo. Expôs os objectivos da EICEL1920 e o papel activo que a associação pretende desenvolver na preservação da memória colectiva de Rio Maior, quer através de estudos e acções de sensibilização para a salvaguarda do património, quer através de eventuais parcerias a estabelecer com entidades competentes, nomeadamente com o Município e a Junta de Freguesia de Rio Maior, de forma a potencializar o património mineiro como atractividade cultural e turística.

Fernando Penim Redondo recordou o primeiro contacto com a Mina do Espadanal, há vários anos, através de um jovem arquitecto, seu colega nas aulas de mandarim, em Lisboa - o actual Presidente da Direcção da EICEL1920. Referiu o convite apresentado por Nuno Rocha para fotografar os antigos mineiros de Rio Maior e o desafio e privilégio que este trabalho representou. Expressou ainda a disponibilidade para continuar esta colaboração, eventualmente estendendo o projecto a um novo grupo de antigos mineiros, e terminou agradecendo a oportunidade de participar num trabalho que entende ser meritório, com desejos de sucesso às iniciativas da associação.

Ainda no âmbito desta sessão, teve lugar a atribuição do título de associado honorário da EICEL1920 ao professor António Machado Feliciano Júnior, recentemente aprovada sob proposta do Presidente da Direcção, e que foi apresentada pelo arquitecto João Bogalho. António Feliciano Júnior agradeceu, emocionado, a atribuição do título e as palavras que lhe foram dirigidas.

A sessão, na sede da EICEL1920, terminou com um porto de honra oferecido pela associação a todos os presentes. Seguiu-se, no restaurante Taverna da Raposa, um animado jantar em homenagem aos antigos mineiros de Rio Maior, com a presença de vários associados e dos membros da Comissão de antigos funcionários da EICEL.

A exposição “Mineiros de Rio Maior”, que esteve aberta ao público no decurso das Jornadas Europeias do Património 2015, permanecerá visitável por todos os interessados, mediante marcação prévia através dos números de telefone: 963 644 345 e 243 997 479.
 
Figura 2. Inauguração da Exposição de Fotografia "Mineiros de Rio Maior". Da esquerda para a direita: Paula Santos, Maria Rosa Redondo, Fernando Penim Redondo, Manuela Fialho, António Moreira, João Bogalho, Marcelino Machado e António Feliciano. 25 de Setembro de 2015. Fotografia por Joaquim Henriques.

 
Figura 3. Inauguração da Exposição de Fotografia "Mineiros de Rio Maior", na sede da EICEL1920. 25 de Setembro de 2015. Fotografia por Joaquim Henriques.


A Direcção da EICEL1920.
11 de Outubro de 2015.